Como a pandemia mudou o mercado para provedores de internet
Se a internet já era considerada um serviço importante há dois anos, a partir de 2020 esse passou a ser um serviço essencial. O isolamento social motivado pela pandemia fez com que essa tecnologia se tornasse fundamental para a execução das principais atividades rotineiras, tais como trabalhar, estudar, fazer compras e até mesmo para que o cidadão tivesse acesso aos seus direitos.
O Painel TIC COVID-19 é um relatório divulgado com diversos dados que possibilitam a observação da forma como a internet passou a ser ainda mais valorizada durante o ano de 2020. A partir da análise das informações divulgadas nesse documento, podemos observar o crescimento numérico no uso de internet, o que deixa ainda mais visível a forma como a utilização dessa ferramenta se tornou massiva.
De acordo com o relatório, cerca de 49% dos usuários de internet com 16 anos ou mais precisam do serviço para realizar atividades de trabalho. Além disso, 72% dos usuários utilizam a ferramenta para obter serviços públicos relacionados à previdência social ou aos direitos do trabalhador, tais como o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Com o aumento do tempo em casa, muitas pessoas também passaram a utilizar a internet para fazer compras on-line. Entre os serviços e produtos adquiridos, 66% dos usuários da rede afirmaram ter comprado algo para melhorar a qualidade da internet em suas residências. Já quando falamos sobre compra de alimentos, foi registrado cerca de 44% de aumento no uso de aplicativos para compra de refeições.
Na área da saúde, observamos o início de uma transformação digital, com a chegada regulamentada da telemedicina, que tem sido um serviço ideal para levar consultas às pessoas de forma mais rápida e segura. Em 2020, cerca de 20% dos usuários de internet realizaram consultas on-line, enquanto 24% deles utilizaram aplicativos para identificar sintomas da COVID-19.
A internet também foi necessária na área da educação, fazendo com que 33% dos usuários pudessem realizar cursos durante a pandemia, enquanto 55% puderam utilizar a rede para estudar por conta própria. Muitas dessas formas de estudo eram possibilitadas a partir de lives que, inclusive, também se tornaram uma das grandes ferramentas de entretenimento durante o isolamento social.
Além das lives, o consumo de lazer durante a quarentena também serviu para potencializar o uso das plataformas de streaming. Só no ano passado, a Netflix foi capaz de vender mais de 26 milhões de novas assinaturas e, atualmente, os serviços de streaming já estão presentes na vida de mais de 43% dos usuários de internet.
De acordo com o Painel TIC COVID-19, 2020 foi o ano no qual 87% dos internautas se declararam como muito dependentes desse serviço. De fato, é possível comprovar o quanto os brasileiros estão cada vez mais presentes na internet, pois a média de tempo on-line no Brasil corresponde a 7,9 horas diárias, enquanto que os demais países permanecem conectados por apenas 6,4 horas por dia.
Diante de todas essas observações sobre a forma como a internet foi se tornando um artigo insubstituível na vida dos brasileiros, também é possível notar que a exigência sobre a qualidade do serviço se tornou maior. Durante o primeiro semestre de 2020, o número de reclamações sobre internet feitas à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi 40% superior em relação ao último semestre de 2019.
Depois de todas essas transformações que ocorreram em meio ao período que estamos vivendo, é natural que as pessoas mantenham a relação de proximidade que desenvolveram com a internet nos últimos anos.
E para aproveitar essas oportunidades, esse é o momento para que os provedores de internet mostrem a sua capacidade de aprimoramento, qualidade e inovação. A massificação do uso de internet não é uma moda passageira e certamente permanecerá intensa mesmo após a pandemia. Afinal, a praticidade que os serviços digitais promovem é algo que dificilmente será trocado por processos arcaicos, burocráticos e mecânicos.